Cerca de cinco mil pessoas participam da Caminhada da Seca, em Senador Pompeu

Cerca de cinco mil pessoas participam da Caminhada da Seca, em Senador Pompeu

Pela trigésima segunda (32ª) vez, fiéis e peregrinos participaram da já tradicional Caminhada da Seca, realizada sempre no segundo domingo de novembro, no município de Senador Pompeu, no Sertão Central.  A Caminhada que teve seu início no ano de 1982, e visa homenagear os cerca de 2,5 mil retirantes mortos no campo de concentração da Barragem do Açude Patú. As vítimas eram homens e mulheres, crianças, adultos e idosos.

Como todos os anos, um tema é escolhido pelo Centro de Defesa dos Direitos Humanos Antônio Conselheiro (CDDH-AC), que organiza o evento para que os inúmeros fiéis possam refletir. Dada a preocupação com o sistema hídrico da cidade, o tema escolhido em 2014 foi: “Pela Preservação das Águas do Patú, fonte de vida e construção da liberdade – Em defesa da dignidade humana”.

A Caminhada movimenta o município desde o início do final de semana. A cidade vive um ar diferente com a chegada de inúmeros romeiros e visitantes de outros municípios que todos os anos participam da Caminhada que tem início de madrugada. Guiados por cânticos, leituras e rezas, os peregrinos caminham os cerca de seis quilômetros que separam a Igreja de Senador Pompeu do cemitério localizado no terreno da Barragem do açude Patú em pouco mais de duas horas.

Os retirantes levam em sua maioria água e pão, pois segundo a tradição, esses mantimentos devem ser oferecidos às almas, afinal às inúmeras pessoas morreram justamente por falta deles. E é em intenção dessas almas que se celebra uma missa ao final da Caminhada.

Apesar da importância histórica e religiosa do evento, segundo a organização, este ano foram enfrentadas dificuldades para a sua realização, pois importantes pessoas ligadas à comunicação da cidade e até mesmo o governo municipal não teriam empenhado esforços na execução do mesmo.

Para o historiador Neto Camorim, que acompanhou o Sistema Maior e também participou pela primeira vez da Caminhada, é preciso valorizar a história da região: “A Caminhada da Seca em Senador Pompeu é um momento místico, de religiosidade e muita fé em memória as almas daqueles que morreram de fome, sede e cólera no campo de concentração para não fugirem em direção a Fortaleza. Precisamos conhecer e valorizar a história de nossa região do Sertão Central cearense”, disse. Neto faz parte da ONG. Iphanaq, que fez registros em vídeo para a produção de um documentário sobre o evento.

Enviados Especiais Ong. Iphanaq
Elistênio Alves e Neto Camorim

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